terça-feira, 15 de julho de 2008

Abaixo as Elites Partidárias

Assistindo a uma sessão da câmara dos deputados pela televisão, não pude deixar de reparar a influência dos partidos nas decisões que são tomadas lá dentro. Afinal votamos em quem: político ou partido?


A Cena


-Entrando em votação a adição do parágrafo... na Lei nº... proposto pelo deputado (não irei citar nomes). Aproxime-se da bancada deputado representante do partido “X”.

-Eu e todos os membros da bancada de meu partido votamos contra.

Nesse momento a câmera abre na tela. No máximo estavam presentes 15 parlamentares. Numa quinta-feira! Então seguindo essa lógica, os outros deputados do partido deram uma telefonada e disseram: “Olha, vou votar contra, ok?”. Errado! Muitos só foram saber que a proposta foi rejeitada na terça-feira seguinte!


Votei, mas em quem?


Pelo sistema de controle do partido no voto dos parlamentares, nosso voto que pela constituição de 1988 seria: “(...) exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos” (Capítulo IV, Art. 14), tornou-se inválido a partir do momento em que os partidos assumiram o poder do voto.

Votamos de maneira direta e secreta sim, mas não no candidato em quem confiamos o dever de nos representar, mas no partido em que esse candidato é afiliado. Com essa política influenciadora o que nos restou de direito político?

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